Cachorro sem guia: os 4 pilares fundamentais

O sonho de todo tutor seria passear com seu cachorro sem guia e ver ele feliz, livre e ainda assim sob controle, né? Mas é muito importante entender que isso só deve acontecer com responsabilidade e segurança.
 

Se você já se pegou imaginando seu dog caminhando ao seu lado, solto, curtindo o passeio de forma leve e segura, tome cuidado com esse desejo. A ideia de ver o cachorro sem guia pode parecer um filme: conexão perfeita, sincronia, liberdade e respeito mútuo, mas exige muito mais que um desejo. Deve ter consciência. 

Antes de soltar a guia, é preciso construir uma base sólida e uma análise certeira do momento. Por isso, preparei este artigo com muito carinho pra você, que ama o seu cachorro e quer oferecer a ele uma experiência de liberdade com responsabilidade, baseada nos cuidados com o bem-estar dele e todos a volta. 

Primeiro ponto: avaliar o ambiente

Você já pensou em fazer um passeio com seu cachorro pelas calçadas da vida? Se sim, já te adianto que esta é uma das piores atitudes que um tutor pode ter. Ambientes públicos não são espaços para passear com cachorro sem a guia, my friend. 

Um tutor consciente e responsável jamais faria isso, mesmo que o cão seja "bonzinho ou sociável" e objediente. A rua é um lugar de todos e durante um passeio sem a guia você pode se deparar com crianças ou pessoas que tenha medo de cães, cães reativos pelo caminho, sem contar que pode acontecer algum acidente que o barulho assuste seu cão e, institivamente, ele pode correr para se esconder e sofre algo grave, como uma queda ou atropelamento. 

Passeio com o cachorro sem a guia só deve acontecer em ambientes seguros, livres de pessoas, outros cães e movimento de veículos a volta. Como por exemplo, na natureza ou em um sítio. 

A importância da inteligência emocional canina 

Cães também precisam desenvolver autocontrole. Isso significa que seu cachorro precisa aprender a conter impulsos, como correr atrás de um animal, por exemplo, e não respeitar seu comando.

Esse autocontrole é treinável com técnicas de reforço positivo e construção de previsibilidade e vínculo com o tutor. Exercícios simples de “espera”, “junto” e “vem” ensinam o cão a pensar antes de agir e criar conexão de troca e respeito com seu tutor, algo essencial para um passeio do cachorro sem guia.

Dica de ouro: Comece os treinos em locais seguros, em casa, com baixo estímulo, e recompense todas as vezes que seu cão tomar boas decisões, mesmo sem comando direto.

Reforço de vínculo e foco no tutor

Antes de soltar a guia, o seu cão precisa ver você como o ponto de referência mais seguro do mundo. E isso vai muito além de petiscos ou comandos, viu?

O cachorro sem guia deve escolher voluntariamente estar sob sua presença, mesmo com distrações ao redor. Como? Criando um vínculo baseado em confiança, previsibilidade e reforço de comportamentos desejados. E isso só alcançamos sabendo ter uma boa comunicação diária com ele e não com "treinos". Entender sobre comportamento canino é a boa de uma boa construção de vínculo.

O Bóris, por exemplo (Meu Dálmata de 7 anos), se sente que eu fico distante dele, automaticamente, sem nenhum comenda, olha para trás e me espera. Ele só continua andando em uma trilha sem a guia se sentir que estou caminhando em sentiado a ele. Esse é um outro pilar essencial para que eu confie em soltar a guia dele, mesmo em um ambiente seguro. 

Ambiente seguro: como identificar?

Nem todos os espaços são ideais para treinar um cachorro sem guia e, felizmente, hoje temos várias cidades no Brasil que é proibido andar com cães sem a guia em espaços públicos.

Exemplo de ambientes seguros para passear sem a guia com o cachorro: quintal, áreas cercadas, parques “pet friendly” com pouca movimentação e trilhas consideradas seguras para pessoas e cães. E claro: sempre verifique se a legislação local permite cães soltos naquele espaço.

Mesmo que o seu cachorro esteja pronto, o mundo (ou espaço) pode não estar. O controle do ambiente é responsabilidade sua, não do cão.

Resposta consistente ao recall (chamada do "VEM")

O famoso “vem!” precisa ser inquebrável. Em qualquer circunstância, seu cachorro deve responder com entusiasmo quando for chamado. Isso pode ser a diferença entre segurança e um acidente.

Use reforço positivo com jackpots (recompensas incríveis, como frango ou brinquedo favorito), treine todos os dias em casa e, o mais importante, nunca use a chamada para dar bronca ou atoa. O recall deve ser sempre associado a coisas boas para que se mantenha eficaz. 

Este é o último ponto de análise para você pensar em soltar a guia do cachorro em um passeio. Ele está sempre afiado e os pontos anteriores vem avaliados, aí sim, tudo bem soltar a guia, viu? Na dúvida, use uma guia longa.

Cachorro sem guia exige preparo, treino e responsabilidade.

Não existe atalho, my friend. Ter um passeio com seu cachorro sem guia e sob controle emocional é uma conquista que vem com dedicação e conhecimento. É uma dança entre liberdade e confiança, entre segurança e respeito ao instinto canino.

Seja sempre um tutor conciente, educado e empático com tudo a volta. Só assim você será um tutor que gera amor de qualidade ao seu cão. E se você sente que precisa de ajuda nessa jornada, tudo bem. É pra isso que existe os profissionais de qualidade. 

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