Dálmata: comportamento, cuidados e saúde da raça

Se você é da geração Millennals, possivelmente cresceu vendo “101 Dálmatas” e sonhava em ter um, né? Pois bem, agora que sua realidade é mais pet do que desenho animado, entender o comportamento e os cuidados com um dálmata é essencial — principalmente se você é um desbravador ou tutor consciente dessa raça. 

Se você está pensando em adotar ou já tem um dálmata em casa, este artigo vai te ajudar a entender os pontos mais importante sobre essa raça incrível. Vamos falar sobre saúde, bem-estar e comportamento, com base no que há de mais atual na neurociência comportamental canina e na medicina integrativa veterinária. 

O comportamento do dálmata: um cão que pensa rápido e sente profundo
 

O dálmata é muito mais do que sua pelagem elegante e única. Ele é um cão com alta inteligência emocional e energia de sobra. Relatos de tutores e criadores antigos da raça mostram que eles têm uma atividade cerebral intensa nas áreas associadas à memória e ao vínculo afetivo. Ou seja, ele é do tipo que encanta quem convive com a raça. 

Apesar de ser brincalhão, o dálmata é extremamente sensível ao ambiente, à energia das pessoas ao redor e a sons. Ele percebe mudanças sutis no tom de voz, no olhar e até no humor. Isso exige uma rotina rica em estímulos positivos, paciência e muito reforço positivos.

Dica de ouro: o segredo para a felicidade do seu dálmata está em equilibrar estímulo mental e gasto físico. Treinos curtos e dinâmicos fazem a diferença, brinquedos interativos e de alto grau connitivo diário e passeios ao ar livre de forma intensa é fundamental. 

Cuidados essenciais: problemas comuns na raça que vão além do seu glamour

Quem vê o glamour do dálmata nem sempre imagina a rotina de cuidados por trás dessa beleza toda. A raça tem tendência a problemas urinários (como cálculos renais), o que exige uma hidratação diária rigorosa e uma alimentação de altíssima qualidade. 

Além disso, muitos dálmatas apresentam surdez congênita, uma condição genética que pode afetar um ou os dois ouvidos. Isso não torna o cão “menos capaz”, mas sim um ser que vai precisar de uma forma especial de comunicação — e você, de mais empatia e conhecimento para trabahar treinos sem fatores sonoros. 

Por fim, atrás desses pelos que parecem uma obra de ar existe uma pele muito sensível, que exige cuidados especiais. Quem tem Dálmata sabe como é comuns eles apresentarem dermatites e alguns problemas de pele, o que uma alimentação fresca e natural faz toda a diferença. 

A saúde do dálmata sob a ótica de quem tem

Aromaterapia, suplementação, fitoterápicos e até florais são cada vez mais usados para melhorar o bem-estar canino e com os Dálmatas eles são bem-vindos. Por aqui, com o Bóris, eu faço o uso frequente de Ômega 3, suplemento específico para uma alimentação BARF e uso de óleos essenciais para ajudar a acalmar em situações desafiadoras. 

Eu já usei a melhor ração do mercado e ainda sim ela não demonstrou bons resultados com a pele do meu Dálmata e com os problemas renais que ele apresenta. A nossa solução e que de fato foi eficáz na saúde dele foi a introdução de uma alimentação natural e hoje estamos na modalidade BARF (crua com ossos). Vi a saúde dele mudando drásticamente para melhor em menos de 30 dias, depois que começamos com essa nutrição. 

Além disso, algo que foi fundamental para sua pele foi cortar o uso de shampoos e sabonetes nos banhos. Atualmente eu apenas dou banho no Bóris com água e faço escovação dos pelos diariamente. Esse método fez suas alergias sumirem de vez e acreditem: ele não fede e sua pelagem se mantém branquinha tranquilamente. 

Detalhes sobre o comportamento da raça

Minha maior sugestão aos tutores da raça é praticar treinos de dessensibilização com frequência. Como são cães muito sensíveis a sons, podem desenvolver medos com facilidade, como, por exemplo, medo de barulhos de secador, trovões, fogos de artifício, gritos etc.

É uma raça que ama brincar e interagir com os donos, sendo altamente companheira e extremamente curiosa. Eles querem participar de tudo dentro de casa e estar a par de tudo o que acontece. Personalidade é pouco para eles; há situações em que parece que estamos lidando com um ser humano dentro de casa, de tanta personalidade que têm (e eu acho isso incrível). São tão expressivos que, em algumas situações, chega a parecer mentira.

Apesar de serem uma raça de caça, eles se saem muito bem quando o assunto é a guarda do lar. Como são sensíveis a sons, alertam facilmente para qualquer barulho e estão sempre atentos, o que pode exigir mais equilíbrio entre energia física e cognitiva para evitar ansiedade e estresse.

Como é a energia de um Dálmata?

Se você prometeu ao seu date que passaria o fim de semana inteiro maratonando “aquela série”, desista imediatamente... Dálmatas não são para tutores que amam sofás e camas. Devido à sua alta demanda energética, a raça exige diariamente longos passeios e, principalmente, passeios de alta qualidade com foco no farejo, já que essa é uma necessidade inerente à raça por serem cães de caça.

Dálmatas são para pessoas que amam atividade física, treinos ao ar livre, trilhas em montanhas e por aí vai... São excelentes companheiros para esse tipo de programa. No caso dos praticantes de corrida, deixo um alerta:

Apesar de serem ótimos companheiros nos treinos de corrida, é importante ter cuidado para que eles não desenvolvam um condicionamento físico elevado, o que fará com que as corridas precisem ser cada vez mais longas. Por aqui, por exemplo, faço no máximo duas corridas por semana, de até 5 km cada, para evitar o condicionamento físico excessivo do Bóris, principalmente pelo fato de meus treinos terem foco em hipertrofia, o que não me permite longas corridas diárias.

Pronto para viver essa jornada com o seu dálmata?
 

Cuidar de um Dálmata é como ter ao seu lado uma alma vibrante, fiel e cheia de energia criativa. Ele não é só um cachorro bonito — é um companheiro que transforma sua rotina em algo muito mais pulsante e consciente.

Agora que você já sabe os pontes mais importantes sobre o comportamento, os cuidados e a saúde do dálmata, que tal continuar essa troca?

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